quarta-feira, 8 de abril de 2015


Filósofos portugueses 




A infância é um sentimento em que todas as coisas regressam à Luz originária. Para os meus olhos de criança, as coisas não eram exteriores, não existiam; viviam a vida pura, que é só alma, intimidade, substância eterna, em vez de forma transitória. (...) Brincando, realizava, dalgum modo, os meus devaneios infantis: lembranças inconscientes duma existência divina.
(...) A existência diminui as criaturas, redu-las a linhas materiais, a uma presença bruta e caída sob o domínio dos sentidos. (...) A primeira nódoa que nos suja rouba-nos o dom de ver. Perdemos, bem cedo, a vista, e andamos na Terra como cegos. - Teixeira de Pascoaes, Livro de Memórias



"O estado de graça é o sentimento da presença universal.
Estar em graça é olhar o Universo daquele invisível centro de amor, que é o seio de Deus.
Estar em graça é parar suspenso no meio do ruído a ouvir vozes das bandas do Silêncio.
(...) Estar em graça é ir devagar na solidão a conversar com o Invisível, a encher de humanas palavras amorosas todo o Espaço sem voz." (Leonardo Coimbra, A Alegria, a Dor e a Graça, 1916)

A dor leva ao maior conhecimento, porque obriga a uma indagação em todas as direcções e sem repouso, porque torna sensíveis os mínimos laços, porque é a penetração da alma através do cosmo, como raízes famintas estalando os penedos, que da boa e desejada terra as estão separando. – Leonardo Coimbra

«O alto interesse do amor para o filósofo é que ele representa a verdade antecipada. O que o amor, desde os primeiros momentos em que o ser é consciente de si, apreende e exprime é aquilo mesmo que a razão laboriosamente irá compreender e explicar.» (José Marinho, Significado e valor da metafísica, Obras de José Marinho, vol. III, p. 412)

Não podemos ainda viver sem normas, regras ou leis. Isto, porém, caracteriza, mais propriamente, os nossos limites do que os nossos dons mais autênticos. O fim do homem está em superar tudo o que se chame necessidade, limite, impossibilidade. - José Marinho, Aforismos Sobre o que Mais Importa


Um espírito verdadeiramente forte e culto não se preocupa de ser nacional ou estrangeiro, de se parecer ou não parecer com os outros: busca ser o mais profundo, e largo, e alto, e nobre, e sincero e humano que lhe for possível: se assim resultar parecer-se com qualquer outro, aceita o facto; se resultar não parecer-se, aceita também. (António Sérgio)

“Não está a cultura no saber as coisas, mas numa certa maneira de saber as coisas, numa certa maneira de as apreciar e de as ver. Há quem saiba muito e não seja culto, há quem saiba pouco e o seja muito. Reside a cultura essencialmente na forma, e não na quantidade do conhecer; tão-pouco na variedade do conhecer; tão-pouco na novidade do conhecer. A cultura é algo essencialmente activo: é uma ginástica e afinação do espírito; é um trabalho deste sobre si próprio; é um esforço de elucidação e de compreensão perfeita, de harmonia mental, de exacto aprofundamento das nossas próprias ideias, de coordenação e coerência das concepções.” (António Sérgio, Ensaios sobre Educação, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2008, pp.296-297)

«(…) O que eu quis significar com reforma da mentalidade não é uma modificação no conteúdo das crenças, e sim na forma do pensamento dos homens, isto é, a passagem da mentalidade catecismal e dogmática (que se encontra igualmente nos dois campos opostos, entre homens da direita e entre homens da esquerda, entre vermelhos e azuis) para a atitude de espírito indagadora e crítica - para a do livre exame, para a da correcção incessante, para a da discussão aberta, para a da investigação contínua.» (António Sérgio, História de Portugal – Introdução Geográfica, 1941)

O homem é um ser paradoxal relativamente a si e ao mundo que o cerca: dominou a maior parte das forças que a natureza lhe opunha, criou e descobriu novas formas de energia, reduziu o espaço e o tempo pela velocidade, poupou as suas forças e diminuiu o seu cansaço, alongou o dia e encurtou a noite, embelezou o que não era belo, criou novas formas de vida, espiritualizou uma parte da sua conduta, mas esqueceu-se de si mesmo. O homem, na sua totalidade, nunca se fez tema para o homem. - Delfim Santos, Da Ignorância, Revista Aventura, 1943

“O lazer e o ócio, os poucos momentos de ócio e lazer, são ocupados pelo jogo competitivo, em que alguns homens jogam, e outros, a maioria dos outros, são jogados, como interessadíssimos espectadores do jogo que eles bem gostariam de jogar. Um Estado bem organizado, dentro das regras que a objectividade impõe, tem de dar a sua boa ajuda ao Diabo, fazendo que aptos se tornem todos os homens para a seriedade do trabalho e para a solenidade do jogo competitivo, porque também o rendimento do trabalho sobe se nele houver a competitividade do jogo competitivo. Insistimos no “competitivo” porque nele está o que faz que o jogo deixe de ser jogo, para vir a ser prolongamento do trabalho.” (Eudoro de Sousa, Mitologia, in Mitologia / História e Mito, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2004, pp. 163-164)

(…) Se, pois, a perfeita virtude, a renúncia a todo o egoísmo, define completamente a liberdade, e se a liberdade é a aspiração secreta das coisas e o fim último do Universo, concluamos que a santidade é o termo de toda a evolução e que o Universo não existe nem se move senão para chegar a este supremo resultado. O drama do ser termina na libertação final pelo bem. - Antero de Quental, Tendências Gerais da Filosofia

O que mudou de Guerra Junqueiro até hoje?
“Um povo imbecilizado. (…) Uma burguesia cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavra, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam, na vida pública, em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam escândalos monstruosos. (…) Um poder legislativo esfregão de cozinha do executivo; este, criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. (…) A justiça ao arbítrio da política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (…), vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu, no Parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.”(Guerra Junqueiro)


“Há mais real grandeza numa alma que se abre, que se alarga, que se aprofunda, do que nas alminhas satisfeitas que se contentam. Todo o valor da vida está em se sentir em movimento: em ter consciência da sua dinâmica. Mudar? Transformar? Revolucionar? É amargo, direis vós. Mas, vê-de, isto é que é viver, e tudo o mais é morte na verdade, morte no erro, morte no definitivo verdadeiro ou no definitivo engano. O mundo oferece-nos, ostenta-nos diante dos olhos, como útero criador de onde mil existências nascem, riquezas sempre novas, fontes inexauríveis de prodígios; e o futuro é cheio de milagres”. (Raul Proença, Tolerância, Alma Nacional, 1910)





A cultura é um saber adquirido, a sabedoria um saber construído. (José Flórido)

O homem está sempre insatisfeito. Sente-se vazio. E para preencher esse vazio tem de comprar mais coisas, comer e beber em maior quantidade; precisa de qualquer compensação exterior. O próprio trabalho transformou-se numa alienação: trabalha-se, muitas vezes, para passar o tempo, para esquecer a vida, para fugir de si próprio. - José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões, pág. 207

O acto consciente de pensar é de grande responsabilidade. Com efeito, logo que o pensamento vai dar origem a correntes subconscientes, toda a nossa vida vai depender desse facto. Temos de estar muito atentos à qualidade dos nossos pensamentos, pois uma vez formadas essas correntes subconscientes dificilmente nos poderemos libertar da sua influência. De certo modo, a nossa vida psíquica tem um movimento circular. Por um lado, é o acto consciente de pensar que, primeiramente, vai formar uma corrente de associações; por outro lado, o acto consciente de pensar depende dos impulsos provenientes dessa corrente interna.
Às vezes é difícil, senão mesmo impossível, sair desse círculo. (José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões, pág. 158)
No verdadeiro processo evolutivo, um dos passos importantes a dar é aprender a pensar; outro, é “esquecer” aquilo que aprendemos. Mas o acto de esquecer não vai originar a eliminação dos conhecimentos adquiridos; pelo contrário, vai permitir a sedimentação desses conhecimentos, que, descendo às zonas mais fundas da consciência (…) transformam-se em hábitos, em instintos, vão construir o nosso carácter. (José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões, pág. 157)



O grande drama da humanidade é a sua indiferença, o seu alheamento em relação à verdade! Não o crime; não a fome; não a doença; não a guerra. Se as pessoas fossem permeáveis à verdade tudo mudaria, (…) tudo poderia ascender, evoluir. (José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões, pág. 39)A tua aproximação da liberdade passa pela tua solidão. - Agostinho da Silva





Esta solidão, no entanto, não deve ser confundida com isolamento, porque nela não deixamos de viver com os outros. Pelo contrário, ela exige um encontro, uma comunhão com todos os outros seres. Assim, neste sentido, ela significa independência, liberdade, unidade. Estar só significa ser Um. É por isso que muitos de nós precisam de estar acompanhados. Não conseguem ser Um. E, deste modo, receiam enfrentar-se a si próprios, necessitando de alguém que ouça as suas tristezas, as suas desgraças. - José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões

A cultura é um saber adquirido, a sabedoria um saber construído. (José Flórido)

São três os principais caminhos para Deus: o caminho do amor, o caminho da beleza e o caminho da verdade. Ou seja: o do santo, o do artista e o do filósofo.
Por isso, podemos fazer uma escolha: se não nos sentirmos capazes de seguir o caminho do amor podemos seguir o caminho da beleza ou da verdade. E ficaremos surpreendidos ao verificar que, depois de avançarmos bastante em qualquer deles, acabamos por atingir os outros. É que estes caminhos são diferentes no início, mas aproximam-se, à medida que neles formos progredindo, acabando por se tornar coincidentes. Só na base eles são diferentes; no vértice encontram-se. E são um só caminho. (José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões)

Quanto maior é o número de meios de comunicação ao nosso dispor menor é a comunicação. Estranha contradição. Porquê esta contradição? Porque estamos dispersos, fragmentados, ocupados com milhares de coisas, a que costumamos atribuir muita importância, mas que, na realidade, não têm importância alguma. Não somos, por esse motivo, capazes de descer ao mistério que há dentro de nós. - José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões, pág. 92

O homem de sabedoria não possui, geralmente, a cultura académica do nosso tempo.
A cultura, ainda que não seja unicamente informação, depende muito da informação. A sabedoria, pelo contrário, não depende da informação. O que não significa que, para melhor atingir os seus objectivos, não deva utilizar a informação.
(…) O saber dos chamados homens de cultura é um “saber de coisas”, um saber de factos, frequentemente apresentado sob a máscara de um esteticismo ou de uma retórica vazia, sem dimensão espiritual nem profundidade.
Infelizmente, os chamados homens de cultura estão, de certo modo, “adormecidos”, em relação aos grandes problemas do espírito. Convencem-se de que as academias, os institutos, as bibliotecas encerram toda a luz da sabedoria. Mas é uma perspectiva falsa da realidade, porque, fechados na sua erudição, no seu academismo, continuam, no fundo, a ser “analfabetos”, incapazes de ler o grande livro do Universo. - José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões, pág. 263

“Ser puro como as pombas e possuir a sabedoria das serpentes”- esta expressão evangélica expressa a íntima colaboração que deverá existir entre o coração e o intelecto. Se cada um trabalhar isoladamente não consegue atingir nenhum objectivo, mas se colaborarem um com o outro tudo é possível. - José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões, pág. 87





A humanidade vive a ilusão e não consegue acordar facilmente dela. Estamos de tal modo apegados à ilusão que é muito difícil apercebermo-nos da realidade. E mesmo que isso possa acontecer não passa de um vislumbre, de um instante fugaz. Apenas uma luzinha que se acende, mas que se apaga logo a seguir. É apenas uma pequenina parte do nosso ser que desperta. A outra parte continua adormecida.
Todo o trabalho espiritual consiste em acordar da ilusão. Porém, só uma sede imensa de liberdade, de infinito (ou a dor, acrescento eu) nos podem ajudar a escalar a montanha. Caso contrário, continuaremos na planície. (José Flórido in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões)

As pessoas que possuem muita energia estão numa situação de vantagem em relação às outras menos dotadas de energia. No entanto, muitas resvalam para os caminhos do sexo, do crime… O “pecador” utilizou mal a energia divina; porém, se aprender a usar correctamente essa energia, pode transformar-se inteiramente. Pode tornar-se um sábio, um santo… Infelizmente, a maior parte das pessoas não está consciente da extraordinária importância da energia. E, por isso mesmo, a utilizam erradamente.
Diz-se que a maior parte dos mestres iluminados que apareceram na Índia pertenciam à casta dos guerreiros. (José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões, pág. 203)


"O estado de graça é o sentimento da presença universal.
Estar em graça é olhar o Universo daquele invisível centro de amor, que é o seio de Deus.
Estar em graça é parar suspenso no meio do ruído a ouvir vozes das bandas do Silêncio.
(...) Estar em graça é ir devagar na solidão a conversar com o Invisível, a encher de humanas palavras amorosas todo o Espaço sem voz." (Leonardo Coimbra, A Alegria, a Dor e a Graça, 1916)


A maior parte das extravagâncias de certo sector da chamada arte moderna são visões deformadas do inconsciente, aberrações, formas monstruosas, provenientes do mundo astral inferior. É uma arte degenerativa. - José Flórido, in Pietro Ubaldi: Profeta da Nova Era – Reflexões, pág. 140/6)

“Tudo o que é emana do Absoluto, que, por força mesmo desta qualidade, é a única realidade; assim, tudo aquilo que é estranho ao Absoluto, a esse elemento causativo e gerador, é uma ilusão. Isto, porém, do ponto de vista exclusivamente metafísico.
(…) A impressão experimentada em qualquer dos planos é uma realidade para o ser que a experimenta e cuja consciência pertença ao mesmo plano. (...) Nada é permanente, a não ser a existência una, absoluta e oculta, que contém em si mesma os númenos de todas as realidades. (…) No entanto, todas as coisas são relativamente reais, porque o conhecedor é também um reflexo, e por isso as coisas conhecidas lhe parecem tão reais quanto ele próprio. (…) Seja qual for o plano em que possa estar a actuar a nossa consciência, tanto nós como as coisas pertencentes ao mesmo plano somos as únicas realidades do momento.” (Excerto de um artigo de José Manuel Anacleto na revista Biosofia, n.º 10, com o título A Ordem e a Inteligência do Cosmos)

Pela mística, comunga-se directamente da Presença – é a única eucaristia viva. As restantes são formas religiosas abastardadas da primeira, imitações da primeira, espécie de ritual “kitsch” para consumo dos crentes. Pela ascese, aperfeiçoa-se racionalmente a vinculação ao sentimento de Presença, mantendo-o como sentido de vida. Pela religião, ajustam-se racionalmente as vias institucionais de ligação à Presença. - Miguel Real, O Futuro da Religião, Lisboa, Nova Vega, 2014, p.79.

terça-feira, 3 de março de 2015

Círculo do Entre-Ser


 


Sobre
Associação filosófica e ética que promove uma espiritualidade e uma ética transversais a crentes e descrentes - Av. Duque de Ávila, 95 - 3º - 918113021
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HISTÓRIA
I. Objectivos gerais

O presente documento atesta a constituição e os princípios de um centro de estudo e prática do Dharma do Buda, designado como Círculo do Entre-Ser, uma associação inspirada na Ordem do Entre-Ser, fundada pelo mestre Thich Nhat Hahn. É dos estatutos dessa Ordem do Entre-Ser que se adaptam os três primeiros capítulos como base da nossa constituição. Os Catorze e Cinco Treinos d... Ver Mais

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Oração de Ghandhi

Senhor, ajuda-me a dizer a verdade diante dos fortes e a não dizer mentiras para ganhar o aplauso dos fracos.
Se me dás a fortuna, não me tires a razão.
Se me dás o sucesso, não me tires a humildade.
Se me dás humildade, não me tires a dignidade.
Ajuda-me a ver o outro lado da moeda: não me deixes acusar o outro por traição aos demais apenas por não pensar igual a mim.
Ensina-me a amar aos outros como a mim mesmo.
Não deixes que me torne orgulhoso se triunfo, nem cair em desespero se fracasso; recorda-me que o fracasso é a experiência que precede o triunfo.
Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza e que a vingança é um sinal de baixeza.
Se não me deres o êxito, dá-me forças para aprender com o fracasso.
Se eu ofender alguém, dá-me coragem para pedir desculpa; se me ofenderem dá-me grandeza para perdoar.
Senhor, se eu me esquecer de ti nunca te esqueças de mim!



Pegue um sorriso e doe-o a quem jamais o teve.
Pegue um raio de sol e faça-o voar lá onde reina a noite.
Descubra uma fonte e faça banhar-se quem vive no lodo.
Pegue uma lágrima e ponha-a no rosto de quem jamais chorou.
Pegue a coragem e ponha-a no ânimo de quem não sabe lutar.
Descubra a vida e narre-a a quem não sabe entendê-la.
Pegue a esperança e viva na sua luz.
Pegue a bondade e doe-a a quem não sabe doar.
Descubra o amor e faça-o conhecer ao mundo.
(Mahatma Ghandi)

“O erro não se torna verdade porque se propaga e se multiplica; a verdade não se torna erro pelo facto de ninguém a conhecer.” (Mahatma Ghandi)



O que destrói o ser humano

- Política sem princípios
- Prazer sem compromisso
- Riqueza sem trabalho
- Sabedoria sem carácter
- Negócios sem moral
- Ciência sem humanidade
- Oração sem caridade
  (Mahatma Ghandi)

A vida ensinou-me que as pessoas são amigáveis se eu sou amável.
Que as pessoas são tristes se estou triste.
Que todos me querem se eu os quero.
Que todos são ruins se eu os odeio.
Que há rostos sorridentes se eu lhes sorrio.
Que há faces amargas se eu sou amargo.
Que o mundo está feliz se eu estou feliz.
Que as pessoas ficam com raiva quando eu estou com raiva.
Que as pessoas são gratas se eu sou grato.
(Mahatma Ghandi



Perguntaram ao Dalai Lama - “O que mais o surpreende na humanidade?”
Resposta - “Os homens: porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde; aborrecem-se de ser crianças e querem logo crescer, depois desejam ser crianças outra vez; por pensarem ansiosamente no futuro esquecem-se do presente, acabando por não viver nem o presente nem o futuro; e vivem como se nunca fossem morrer e morrem sem nunca ter vivido.”

Não há necessidade de templos, não são precisas filosofias complicadas. O nosso cérebro e o nosso coração são o nosso templo. A minha filosofia é a da bondade. (Dalai Lama)

Abra os seus braços para as mudanças, mas não abra mão dos seus valores. (Dalai Lama)

• Dê às pessoas mais do que elas esperam, e faça-o com alegria.
• Decore o seu poema favorito.
• Não acredite em tudo o que ouve, gaste tudo o que tem e durma quanto queira.
• Quando disser "Eu amo-te " olhe a pessoa nos olhos.
• Fique noivo pelo menos seis meses antes de se casar.
• Acredite em amor à primeira vista.
• Nunca ria dos sonhos de outras pessoas.
• Ame profundamente e com paixão. Você pode ser magoado, mas é a única forma de viver a vida completamente.
• Em desentendimento, brigue de forma justa, não use palavrões.
• Não julgue as pessoas pelo seus parentes.
• Fale devagar, mas pense com rapidez.
• Quando alguém perguntar algo que você não quer responder, sorria e pergunte: "Porque é que quer saber?".
• Lembre-se que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.
• Ligue à sua mãe.
• Diga "saúde" quando alguém espirrar.
• Quando der conta que cometeu um erro, tome as atitudes necessárias.
• Quando perder, não perca a lição.
• Lembre-se dos três R: respeito por si próprio, respeito ao próximo e responsabilidade pelas suas acções.
• Não deixe uma pequena disputa ferir uma grande amizade.
• Sorria ao atender o telefone: a pessoa que estiver a ligar sentirá isso na sua voz.
• Case com alguém com quem goste de conversar. Ao envelhecerem as suas aptidões de conversação serão tão importantes como quaisquer outras.
• Passe mais tempo sozinho.
• Lembre-se que o silêncio, às vezes, é a melhor resposta.
• Leia mais livros e assista menos TV.
• Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando ficar mais velho, e olhar para trás, poderá aproveitá-la mais uma vez.
• Confie em Deus, mas tranque o carro.
• Uma atmosfera de amor em sua casa é muito importante. Faça tudo o que puder para criar um lar tranquilo e com harmonia.
• Em desentendimento com entes queridos, não fale do passado, discuta apenas a situação actual.
• Leia o que está nas entrelinhas.
• Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade.
• Seja gentil com o planeta.
• Reze. Há um poder incomensurável nisso.
• Nunca interrompa enquanto estiver a ser elogiado.
• Cuide da sua própria vida.
• Não confie em alguém que não fecha os olhos enquanto beija.
• Uma vez por ano, vá a algum lugar onde nunca esteve antes.
• Se ganhar muito dinheiro, coloque-o ao serviço dos outros, enquanto for vivo. Esta é a maior satisfação da riqueza.
• Lembre-se que o melhor relacionamento é aquele em que o amor de um pelo outro é maior do que a necessidade de um pelo outro.
• Julgue o seu sucesso pelas coisas a que teve que renunciar para o conseguir.
• Lembre-se que o seu carácter é o seu destino.
• Usufrua do amor e da culinária com abandono total.
(Dalai Lama)


''A paz interior é a chave. Se você tem paz interior, os problemas externos não afectarão o seu sentido profundo de paz e tranquilidade.'' (Dalai Lama)









sábado, 10 de janeiro de 2015


O sentimento abre as portas da prisão com que o pensamento fecha a alma. (F. Pessoa - O Eu Profundo)

Quero, terei,
Se não aqui,
Noutro lugar que ainda não sei.
Nada perdi,
Tudo serei.

 (Fernando Pessoa)

"Pareço egoísta àqueles que, por um egoísmo absorvente, exigem a dedicação dos outros como um tributo." (Fernando Pessoa - O Eu Profundo)

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê tudo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
(...)
Ricardo Reis (Fernando Pessoa), Põe quanto És no Mínimo que Fazes

O amor é uma amostra mortal da imortalidade. (Fernando Pessoa)

A ciência é o querer adaptar o menor sonho ao maior. (Fernando Pessoa)

A beleza é a forma divina em matéria. (Fernando Pessoa)


Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa." (F. Pessoa - Livro do Desassossego)

Enquanto não atravessarmos a dor da nossa própria solidão continuaremos a buscar-nos em outras metades. Para viver a dois é necessário antes ser um. (Fernando Pessoa)

"Deus é o existirmos - e isso não ser tudo." (Fernando Pessoa, O Livro do Desassossego)

Nem esta obra nem as que se lhe seguirão têm nada a ver com quem as escreve. Ele nem concorda com o que nelas vai escrito nem discorda. Como se lhe fosse ditado, escreve; e, como se lhe fosse ditado por quem fosse amigo (e portanto com razão lhe pedisse para que escrevesse o que ditava), achava interessante, porventura só por amizade, o que, ditado, vai escrevendo. (Fernando Pessoa)

Não fui amado pela única grande razão: porque não tinha que ser. - Fernando Pessoa

“Dê um sorriso a quem esqueceu como se faz isso.” (Fernando Pessoa)

"A finalidade da arte não é agradar. O prazer é, aqui, um meio, não um fim. A finalidade da arte é elevar." (Fernando Pessoa, Ideias Estéticas - Da Arte)

O amor não se conjuga no passado. Ou se ama para sempre ou nunca se amou verdadeiramente. (Fernando Pessoa)

"Pareço egoísta àqueles que, por um egoísmo absorvente, exigem a dedicação dos outros como um tributo." (Fernando Pessoa - O Eu Profundo)


“Sinto, por vezes, um temor espantado das minhas inspirações, dos meus pensamentos, compreendendo quão pouco de mim é meu.” (Fernando Pessoa) 

sábado, 3 de janeiro de 2015


O que é o espiritismo?

O espiritismo é uma ciência filosófica de consequências morais. Como ciência, investiga os factos espíritas. Como filosofia explica-os. Como ética dá-nos um roteiro moral para as nossas vidas. Pode-se definir como sendo a ciência que estuda a origem, natureza e destino dos espíritos, bem como as relações existentes entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo.
O espiritismo (ou doutrina espírita) foi codificado por um professor francês de meados do século XIX: Allan Kardec.
Esta doutrina surgiu como resultado de muitos estudos feitos por esse homem que, de início, não acreditava na comunicação dos espíritos.
Espiritismo - princípios fundamentais:
- Existência de Deus
- Imortalidade da alma (ninguém morre, apenas deixamos o corpo físico)
- Comunicabilidade dos espíritos (através da mediunidade - capacidade que algumas pessoas têm de comunicar com o mundo dos espíritos)
- Reencarnação
- Lei de causa e efeito
- Pluralidade dos mundos habitados

A doutrina espírita, ou espiritismo, baseia-se em factos e não foi criação de um homem: é resultado de anos e anos de estudo metódico. Hoje, percebe-se que tem muito para dar à humanidade.
Os 5 livros fundamentais para conhecer o espiritismo, resultado desse estudo, são: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, A Génese.
Não confunda espírita (o adepto do espiritismo) com médium (pessoa que tem capacidade de comunicar com o mundo dos espíritos), nem espiritismo (doutrina de tríplice aspecto: ciência, filosofia e moral) com mediunismo (mera prática mediúnica).
Um médium pode ser espírita, como pode ser ateu, católico, protestante, etc. Um espírita pode ter ou não mediunidade. Então mediunidade é uma característica comum na humanidade que o espiritismo também utiliza (à semelhança de outras doutrinas) para comunicar com o mundo dos espíritos.



O Livro dos Espíritos

PARTE SEGUNDA

Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos

CAPÍTULO I

DOS ESPÍRITOS

1. Origem e natureza dos Espíritos. - 2. Mundo normal primitivo. - 3. Forma e ubiquidade dos Espíritos. - 4. Perispírito. - 5. Diferentes ordens de Espíritos. - 6. Escala espírita. - 7. Progresso dos Espíritos. - 8. Anjos e demônios.

Origem e natureza dos Espíritos

76. Que definição se pode dar dos Espíritos?
“Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material.”

NOTA - A palavra Espírito é empregada aqui para designar as individualidades dos seres extracorpóreos e não mais o elemento inteligente do Universo.

77. Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou serão simples emanações ou porções desta e, por isto, denominados filhos de Deus?

“Meu Deus! São obra de Deus, exatamente qual a máquina o é do homem que a fabrica. A máquina é obra do homem, não é o próprio homem. Sabes que, quando faz alguma coisa bela, útil, o homem lhe chama sua filha, criação sua. Pois bem! O mesmo se dá com relação a Deus: somos Seus filhos, pois que somos obra Sua.”

78. Os Espíritos tiveram princípio, ou existem, como Deus, de toda a eternidade?

“Se não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus, quando, ao invés, são criação Sua e se acham submetidos à Sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, é incontestável. Quanto, porém, ao modo porque nos criou e em que momento o fez, nada sabemos. Podes dizer que não tivemos princípio, se quiseres com isso significar que, sendo eterno, Deus há de ter sempre criado ininterruptamente. Mas, quando e como cada um de nós foi feito, repito-te, nenhum o sabe: aí é que está o mistério.”

79. Pois que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material, poder-se-á dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento material?

“Evidentemente. Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material. A época e o modo por que essa formação se operou é que são desconhecidos.”

80. A criação dos Espíritos é permanente, ou só se deu na origem dos tempos?

“É permanente. Quer dizer: Deus jamais deixou de criar.”

81. Os Espíritos se formam espontaneamente, ou procedem uns dos outros?

“Deus os cria, como a todas as outras criaturas, pela Sua vontade. Mas, repito ainda uma vez, a origem deles é mistério.”

82. Será certo dizer-se que os Espíritos são imateriais?

 PARTE 2ª - CAPÍTULO I

“Como se pode definir uma coisa, quando faltam termos de comparação e com uma linguagem deficiente? Pode um cego de nascença definir a luz? Imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa. É a matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos vossos sentidos.”
Dizemos que os Espíritos são imateriais, porque, pela sua essência, diferem de tudo o que conhecemos sob o nome de matéria. Um povo de cegos careceria de termos para exprimir a luz e seus efeitos. O cego de nascença se julga capaz de todas as percepções pelo ouvido, pelo olfato, pelo paladar e pelo tato. Não compreende as idéias que só lhe poderiam ser dadas pelo sentido que lhe falta. Nós outros somos verdadeiros cegos com relação à essência dos seres sobre-humanos. Não os podemos definir senão por meio de comparações sempre imperfeitas, ou por um esforço da imaginação.

83. Os Espíritos têm fim? Compreende-se que seja eterno o princípio donde eles emanam, mas o que perguntamos é se suas individualidades têm um termo e se, em dado tempo, mais ou menos longo, o elemento de que são formados não se dissemina e volta à massa donde saiu, como sucede com os corpos materiais. É difícil de conceber-se que uma coisa que teve começo possa não ter fim.

“Há muitas coisas que não compreendeis, porque tendes limitada a inteligência. Isso, porém, não é razão para que as repilais. O filho não compreende tudo o que a seu pai é compreensível, nem o ignorante tudo o que o sábio apreende. Dizemos que a existência dos Espíritos não tem fim. É tudo o que podemos, por agora, dizer.”