Agostinho da Silva, Teixeira de Pascoaes, José Marinho, Sampaio Bruno, Fernando Pessoa, Paulo Borges, José Flórido, etc. Espiritualidade: Pietro Ubaldi, budismo, Conversas com Deus, etc.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2020
Somos todos como actores que se confundiram com os seus personagens. Por isso, vemo-nos como amigos ou inimigos. Uma vez que compreendamos isso, é irrelevante se as pessoas são conhecidas ou desconhecidas, amáveis ou não. - Chagdud Tulku Rinpoche
[…] Se, pois, a perfeita virtude, a renúncia a todo o egoísmo, define completamente a liberdade, e se a liberdade é a aspiração secreta das coisas e o fim último do Universo, concluamos que a santidade é o termo de toda a evolução e que o Universo não existe nem se move senão para chegar a este supremo resultado. O drama do ser termina na libertação final pelo bem. […] - Antero de Quental, Tendências Gerais da Filosofia
"Uma mística sem ética é uma mistificação; uma meditação que não abrisse à compaixão não seria senão narcisismo transcendental. A verdade sem amor é uma mentira, como o amor sem a verdade uma ilusão." - Jean-Yves Leloup
Por detrás da máscara de gelo que as pessoas usam existe um coração de fogo. (Paulo Coelho)
Tu só vês o que és. Ver é reconhecer. - Emílio Miranda
A dor leva ao maior conhecimento, porque obriga a uma indagação em todas as direcções e sem repouso, porque torna sensíveis os mínimos laços, porque é a penetração da alma através do cosmo, como raízes famintas estalando os penedos, que da boa e desejada terra as estão separando. – Leonardo Coimbra
"Para que possa compreender Deus, para que possa, melhorando-se, melhorar também os outros, o homem precisa de ser livre; as liberdades essenciais são três: liberdade de cultura, liberdade de organização social, liberdade económica. Pela liberdade de cultura, o homem poderá desenvolver ao máximo o seu espírito crítico e criador; ninguém lhe fechará nenhum domínio, ninguém impedirá que transmita aos outros o que tiver aprendido ou pensado. Pela liberdade de organização social, o homem intervém no arranjo da sua vida [...] em sociedade, administrando e guiando, em sistemas cada vez mais perfeitos à medida que a sua cultura se for alargando; para o bom governante, cada cidadão não é uma cabeça de rebanho; é como que o aluno de uma escola de humanidade: tem de se educar para o melhor dos regimes, através dos regimes possíveis. Pela liberdade económica, o homem assegura o necessário para que o seu espírito se liberte de preocupações materiais e possa dedicar-se ao que existe de mais belo e de mais amplo; nenhum homem deve ser explorado por outro homem; ninguém deve, pela posse dos meios de produção e de transporte, que permitem explorar, pôr em perigo a sua liberdade de espírito ou a liberdade de espírito dos outros. No Reino Divino, na organização humana mais perfeita, não haverá nenhuma restrição de cultura, nenhuma coacção de governo, nenhuma propriedade. A tudo isto se poderá chegar gradualmente e pelo esforço fraterno de todos." (Agostinho da Silva, Doutrina Cristã [1943], in Textos e Ensaios Filosóficos I, pp. 81-82)
«Agostinho da Silva foi [...] um indisciplinador de almas, um provocador de pessoas, para que elas achassem e construíssem o próprio caminho.
«Como Sócrates, não dava soluções, ensinava as pessoas a encontrá-las; provocava; inquietava e mostrava caminhos. Apontava, mas não fazia caminhos para ninguém. Respeitava a liberdade e a competência de cada um. Assim, as pessoas cresciam pelo próprio mérito.
«Nele nada segue os códigos de grandes feitos espectaculares […] a que nos acostumámos no nosso mundo mediático, onde vale mais o que parece e aparece do que a essência do que se é.
«Olhou o mundo como algo em permanente processo de construção e reconstrução: algo sempre a haver, ao abrir-se para novas perspectivas dinâmicas.
«Foi um homem da terra e um homem do espírito, do mundo das ideias e da acção transformadora. Foi um filósofo comprometido com a vida das pessoas e do universo. Agostinho dialogou desinibido com o mundo dos homens, com o mundo das ideias e com o mundo do Espírito.» (desconhecido)
"As qualidades infantis deveriam conservar-se até à morte, como qualidades distintivamente humanas - as da imaginação, em vez do saber, do jogo, em vez do trabalho, da totalidade, em vez da separação. São essas, e não as outras, as que têm demonstrado os grandes criadores de ciência, os grandes artistas ou os grandes políticos. Por isso os perseguimos quando vivos e os aproveitamos, porque já eficientes, quando seguramente mortos. Não haverá salvação para o mundo enquanto não entendermos e fizermos penetrar em nossas consciências este facto basilar, e enquanto as nossas escolas, transformando-se inteiramente, não forem, em lugar de máquinas de fabricar adultos, viveiros de conservar crianças; enquanto não forem as crianças que nos levem, não pelo caminho que uma ciência fáustica previu, mas pelo que houver, dando a mão, ao mesmo tempo, a nós e às coisas; enquanto não for o Menino Jesus o nosso Deus verdadeiro." - Agostinho da Silva, Um Fernando Pessoa [1959], in Ensaios sobre Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira I, pp.115-116.
Morre menos gente de cancro ou de coração do que de não saber para que vive; e a velhice, no sentido de caducidade, de que tantos se vão, tem por origem exactamente isto: o cansaço de não se saber para que se está a viver. - Agostinho da Silva, As Aproximações
A religião grega, na sua última essência, é a adoração da Vida Plena, sem o constrangimento a que obriga a sociedade.
[...] A tragédia não é mais do que a provocação do estado de espírito que levará a abandonar a vida social pela Vida Plena; a tragédia é ainda uma orgia de Dioniso, a agitação interior, que rompe todos os laços que prendem a alma e a impedem de se unir a Deus. - Agostinho da Silva, A Religião Grega [1930], in Estudos sobre Cultura Clássica, pp. 175-176
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