Não idolatre nem se limite a nenhuma doutrina, teoria ou ideologia. Todos os sistemas de pensamento são meios, não são a verdade absoluta. (Krishnamurti)
Do sofrimento nasceu o impulso de buscar a verdade; no sofrimento reside a causa da inquirição insistente, da procura da verdade. (Krishnamurti)
Descrever o que é, para mim, a verdade seria um intento impossível. Não se pode descrever ou transmitir a outro a amplitude de uma experiência. Cada um deve vivê-la por si próprio. (Krishnamurti)
A dor da solidão enche o nosso coração, e a mente encobre-a com o medo. A solidão, esse profundo isolamento, é a sombra escura da nossa vida. Fazemos tudo o que podemos para fugir dela. (...) Raramente nos misturamos com o outro, pois em nós mesmos estamos quebrados, apartados e doentes. Em nós mesmos não somos inteiros, completos, e a fusão com o outro só é possível quando há integração interior. (...) Temos medo da solidão porque ela abre a porta da nossa insuficiência, da pobreza do nosso ser; mas é a solitude que cura a profunda ferida da solidão. (Krishnamurti)
A guerra é a projecção espectacular e sanguinária do nosso viver quotidiano. Nós precipitamos a guerra a partir da nossa vida diária. Sem uma transformação em nós mesmos, continuará a haver antagonismos nacionais e raciais, a discussão infantil a respeito de ideologias, a multiplicação de soldados, o saudar das bandeiras e todas as muitas brutalidades que vão criar o assassínio organizado. A educação fracassou em todo o mundo e produziu crescente destruição e miséria. Os governos treinam os jovens para serem os soldados eficientes e os técnicos de que eles precisam; a sujeição e o preconceito são cultivados e reforçados.
Levando estes fatos em consideração, temos que investigar o significado da existência e a significação e propósito de nossas vidas. Temos que descobrir os caminhos benéficos de criar um novo meio ambiente; porque o meio ambiente pode tornar a criança um bruto, um especialista insensível, ou ajudá-lo a se tornar um ser humano sensível, inteligente. Temos que criar um governo mundial radicalmente diferente, que não se baseie em nacionalismo, ideologias, força. Tudo isto implica a compreensão de nossa responsabilidade com o outro na relação; mas para compreender nossa responsabilidade, deve haver amor em nossos corações, não simplesmente aprender ou conhecimento. Quanto maior nosso amor, mais profunda será sua influência na sociedade. Mas somos todos cérebros e nenhum coração; nós cultivamos o intelecto e menosprezamos a humildade.
(…) Quanto mais ricos somos mais cruéis nos tornamos, mesmo que doemos grandes somas para caridade e educação. Tendo saqueado a vítima, devolvemos-lhe um pouco do espoliado, e chamamos a isso filantropia. - Krishnamurti - Education and the Significance of Life, chapter 4 - Education and World Peace
Levando estes fatos em consideração, temos que investigar o significado da existência e a significação e propósito de nossas vidas. Temos que descobrir os caminhos benéficos de criar um novo meio ambiente; porque o meio ambiente pode tornar a criança um bruto, um especialista insensível, ou ajudá-lo a se tornar um ser humano sensível, inteligente. Temos que criar um governo mundial radicalmente diferente, que não se baseie em nacionalismo, ideologias, força. Tudo isto implica a compreensão de nossa responsabilidade com o outro na relação; mas para compreender nossa responsabilidade, deve haver amor em nossos corações, não simplesmente aprender ou conhecimento. Quanto maior nosso amor, mais profunda será sua influência na sociedade. Mas somos todos cérebros e nenhum coração; nós cultivamos o intelecto e menosprezamos a humildade.
(…) Quanto mais ricos somos mais cruéis nos tornamos, mesmo que doemos grandes somas para caridade e educação. Tendo saqueado a vítima, devolvemos-lhe um pouco do espoliado, e chamamos a isso filantropia. - Krishnamurti - Education and the Significance of Life, chapter 4 - Education and World Peace
Quando não estamos em conflito dentro de nós, não estamos em conflito externamente. (Krishnamurti)
Longamente peregrinei, através de muitas vidas, por muitas terras, entre muitos povos, em busca da meta que não conhecia.
Carreguei o pesado fardo de muitas posses, das riquezas do mundo, dos confortos que fazem a estagnação.
Prostrei-me ante os altares dos santuários que encontrei à margem da estrada e os deuses me recusaram a meta que pretendia. Na magia das palavras e na embriaguez do incenso, permaneci abrigado nas sombras, entre as paredes do templo.
Criei filosofias e credos, complicadas teorias de vida.
Entranhei-me das criações intelectuais do homem e com elas me engrandeci em arrogância. E tão súbito quanto a tempestade desaba vi-me nu, esmagado pela agonia das coisas transitórias.
Como as terras do deserto sem sombras, assim se tornou a minha vida.
Vi e me ouvi eremita.
Livra-te do veneno do preconceito, que corrompe a tua verdade, porque és imenso em teus preconceitos, tanto velhos quanto novos.
Livra-te da estreiteza de tuas tradições, convenções, hábitos, sentimentos de posse.
Como o homem que não tem ouvidos, és surdo para a música melodiosa.
Como o homem que não tem olhos, és cego para o esplendor do crepúsculo.
Como o mergulhador que desce ao fundo do mar, arriscando a vida pelo gozo transitório, deves tu também penetrar fundo em ti mesmo.
Como o audaz alpinista que conquista os altos cumes, deves tu também ascender àquela altura vertiginosa, de onde todas as coisas são vistas em suas verdadeiras proporções.
Como o lótus que, rompendo o lodo, ao céu se eleva, deves tu também arredar todas as coisas transitórias se queres descobrir a tua força oculta para enfrentar as vicissitudes do mundo.
Como a rápida corrente conhece a sua nascente, deves tu também conhecer o teu próprio ser.
Como a trilha tortuosa da montanha descortina a cada instante vistas novas, assim também em ti há uma revelação constante a cada experiência de encontro.
Como o mar encerra uma multidão de seres vivos, em ti jazem ocultos segredos de todos os mundos.
Como a flor que desabrocha à branda luz do sol, deves tu te abrir, se te queres conhecer.
Perscruta as tuas próprias profundezas, com os olhos límpidos, se queres perceber todas as coisas.
Como o lago tranquilo que reflecte o céu, assim deverão os homens e as coisas em ti se refletir.
E como o rio misterioso que no largo mar se lança adentro me lancei no mar da libertação.
(A Busca - Krishnamurti)

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