
"Muito para além do que pensou Freud, a verdadeira causa do crescente “mal-estar na civilização” é o vivermos muito aquém da nossa verdadeira natureza e das nossas mais fundas potencialidades internas. É dessa profunda privação, bem como do seu não reconhecimento, que vem o desejo compensatório e compulsivo de prosperar e realizar todo o tipo de desejos no mundo material exterior. É por vivermos muito abaixo das nossas profundas potencialidades espirituais que acabamos por desejar viver muito acima das nossas reais possibilidades materiais, tornando-nos escravos-responsáveis do sistema capitalista de produção e consumo que explora e gere esta nossa vulnerabilidade, com todas as consequências a nível social, económico, ambiental e político que configuram a mais visível crise em que nos encontramos. Mas esta crise externa é apenas o efeito de uma crise interna, de natureza espiritual, e não pode ser superada sem que esta o seja. De outro modo, continuaremos a combater sintomas em vez de irmos à sua origem, que é o que têm feito desde há séculos as tentativas de mudança meramente social, económica e política, cuja história é o currículo dos seus fracassos e, muitas vezes, do trágico agravamento dos problemas que tentaram resolver." - Paulo Borges, "A verdadeira causa do nosso mal-estar", in Quem é o meu Próximo?, ensaios e textos de intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma cultural e civilizacional, Lisboa, Edições Mahatma, 2014, p.117.
A filosofia está a esgotar-se, pelo afastamento da vida e de outras possibilidades do espírito. A filosofia deixou em geral de ser um modo de vida integral, como nas escolas filosóficas gregas e indianas, para se tornar uma actividade meramente intelectual, com uma linguagem técnica hiper-especializada em questões estéreis, que nada dizem às fundamentais aspirações humanas. Essa filosofia traiu a própria vocação, enquanto amor da sabedoria, do saber/sabor da essência da vida. - Paulo Borges
Vítimas da perda da simplicidade e da multiplicação de necessidades artificiais e desejos fúteis, (…) passamos a vida a fugir do instante presente e de nós próprios, buscando, freneticamente, no exterior e em mil ocupações voltadas para a aquisição e a competitividade, a paz e a felicidade que só podemos encontrar no interior, na generosidade e na cooperação. Sucumbimos numa “sociedade do cansaço”, onde os sintomas de ansiedade, stress, depressão, défice de atenção, esgotamento, mal-estar, comportamento antisocial e falta de sentido para a vida crescem a um ritmo galopante (com imensos custos sociais e públicos, o que faz disto uma questão política central). Somos uma civilização doente, numa crise terminal, por mais distracções, estímulos e prazeres fugazes que todos os dias se inventem para abafar os sintomas, preservar os poderes políticos e aumentar os lucros da banca e das corporações. – Paulo Borges
“O cair da tarde exalta a efemeridade do mundo.” (Paulo Borges)
Se muito te apegas a ser o que transitoriamente és prepara-te para muito te atormentar o teres de o abandonar. (Paulo Borges)
Uma juventude indolente (…) e conformista, a arrastar-se de prazer medíocre em prazer medíocre, (…) sem saber nem querer saber de nada. (…) A dormir a vida até tarde na cama, embasbacada em frente à televisão, aos jogos hipnóticos e ao mundo virtual, arrastada por cafés, bares e discotecas. A matar o tempo (…) em cigarros, bejecas, copos e conversas fúteis, trapos com marca, namoros e engates vãos, abanar dos capacetes, pedradas broncas e sexo obtuso. (…) E tudo para ela se organiza: a cultura dos mil e um espectáculos, festivais, concertos e distracções. Para o prazer e ócio bacocos de uma juventude mais velha do que a desprezada terceira idade. Já a feder de putrefacta. (…) Pão e circo, pão e circo! Futebol, discotecas e festivais! (…) Para que mais jovem algum se lembre de querer mudar o mundo e a si próprio. (…) Para que os governos e carcereiros do mundo respirem sossegados. (Paulo Borges, in Línguas de Fogo, pág. 215)
Os monstros mostram quão monstruoso é mostrar-se. Os monstros mostram o que na ausência de monstruosidade se oculta. (Paulo Borges)
Camões cantou, na Ilha dos Amores, a redenção do mundo pela conformidade do masculino e do feminino, a plenitude do amor sensual e sexual, pela qual se abre a divina visão: “(...) Coisas que nos foram dadas não para ser amadas, mas usadas (...)” - Paulo Borges
Camões cantou, na Ilha dos Amores, a redenção do mundo pela conformidade do masculino e do feminino, a plenitude do amor sensual e sexual, pela qual se abre a divina visão: “(...) Coisas que nos foram dadas não para ser amadas, mas usadas (...)” - Paulo Borges
A filosofia está a esgotar-se, pelo afastamento da vida e de outras possibilidades do espírito. A filosofia deixou em geral de ser um modo de vida integral, como nas escolas filosóficas gregas e indianas, para se tornar uma actividade meramente intelectual, com uma linguagem técnica hiper-especializada em questões estéreis, que nada dizem às fundamentais aspirações humanas. Essa filosofia traiu a própria vocação, enquanto amor da sabedoria, do saber/sabor da essência da vida. - Paulo Borges
Só passo a mensagem que ninguém quer ouvir. A começar por mim. (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 151)
Procuro cumprir o dever de todos nós: sermos testemunhas conscientes e críticas, mas nunca amargas, das vãs ilusões do mundo, reconhecendo-as primeiro que tudo em nós mesmos. (Paulo Borges)
O tormento da ave, a quem privaram do voo livre, (…) para a meterem numa gaiola, só para o estúpido e inconsciente prazer de contemplarem a beleza aprisionada, (…) de se deleitarem escutando o choro e os lamentos do seu trinar. – Paulo Borges, in Línguas de Fogo
Infância mal vivida, no desejo de crescer, ser grande, estimulado por todos à volta: pais, parentes, professores e amigos. Apressados em fazer da criança alguém. (…) Alguém cedo ou tarde frustrado, aborrecido, cansado e triste. E mentiroso, a dizer (…) que está tudo bem. Como eles. – Paulo Borges, in Línguas de Fogo, pág. 213
O medo e a chucha, que nunca se largam. Toda a vida. A
chucha transformada em brinquedos, relações, sexo, família, carreiras, casas,
carros. – Paulo Borges, in Línguas de Fogo, pág. 211
Gente que vota e se abstém, gente que espera, desespera e volta a esperar dos políticos, que vão sempre mudar o que todos, no fundo, sabem que não podem e não querem, porque na verdade quase ninguém quer, que algo real e fundamentalmente mude. E a ilusão a reproduzir-se, como as crianças que a toda a hora nascem, (…) filhos dos casais fartos de o serem, que só continuam por causa deles. Deles e do medo de estarem sós, do medo de si. (…) Crianças que se tornam jovens que se tornam velhos que se tornam crianças que se tornam velhos. (…) Sem darem por isso. Sempre a desejarem o que não têm. (…) A consumirem-se em experiências e posses e relações e jantares e festas e férias e viagens em que ninguém está bem, porque estão todos a fazer por isso. (Paulo Borges, in Línguas de Fogo, pág. 136)
Fazem currículos à custa de santos, sábios, poetas e heróis os que se demitem de o ser. (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 21)
As expectativas dos séculos XIX e XX de progresso ilimitado da humanidade (…) deram lugar à evidência de que a evolução científico-tecnológica e o crescimento económico não foram acompanhados por uma evolução ética e da consciência, originando um mundo onde a violência, o sofrimento e a destruição atingem proporções inéditas.
(…) Perante
isto, sente-se cada vez mais a urgência de uma mudança global das consciências,
sem a qual as reformas jurídicas, políticas e económicas se revelam sempre
instáveis e superficiais. E para essa mudança parece inequívoca a necessidade
de desenvolver o potencial afectivo do ser humano, promovendo o alargamento da
empatia, do amor e da compaixão para além do círculo das relações mais
imediatas. (…) - Paulo Borges
"Muito
para além do que pensou Freud, a verdadeira causa do crescente “mal-estar na
civilização” é o vivermos muito aquém da nossa verdadeira natureza e das nossas
mais fundas potencialidades internas. É dessa profunda privação, bem como do
seu não reconhecimento, que vem o desejo compensatório e compulsivo de
prosperar e realizar todo o tipo de desejos no mundo material exterior. É por
vivermos muito abaixo das nossas profundas potencialidades espirituais que
acabamos por desejar viver muito acima das nossas reais possibilidades
materiais, tornando-nos escravos-responsáveis do sistema capitalista de
produção e consumo que explora e gere esta nossa vulnerabilidade, com todas as
consequências a nível social, económico, ambiental e político que configuram a mais
visível crise em que nos encontramos. Mas esta crise externa é apenas o efeito
de uma crise interna, de natureza espiritual, e não pode ser superada sem que
esta o seja. De outro modo, continuaremos a combater sintomas em vez de irmos à
sua origem, que é o que têm feito desde há séculos as tentativas de mudança
meramente social, económica e política, cuja história é o currículo dos seus
fracassos e, muitas vezes, do trágico agravamento dos problemas que tentaram
resolver."
- Paulo Borges, "A verdadeira causa do
nosso mal-estar", in Quem é o meu Próximo?, ensaios e textos de
intervenção por uma consciência e uma ética globais e um novo paradigma
cultural e civilizacional, Lisboa, Edições Mahatma, 2014, p.117.
Somos, cada vez mais, uma sociedade infantilizada, de costas voltadas para a sabedoria, ou a sua busca. (…) Em Portugal, ou no mundo, são sempre os mesmos que ganham: a indústria do entretenimento, ao serviço do sistema - mais rentável e mais eficaz do que a repressão violenta. - Paulo Borges
A sociedade é certamente uma produção em série de idiotas. (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 119)
O nosso drama é temermos o destemor. (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 83)
Rejeitas algo como “complicado” porque o é ou porque “complica” a tua busca de facilidades? (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 57)
O sol é encoberto num céu de tempestade como a natureza livre da mente no tumulto das emoções e dos pensamentos. (Paulo Borges)
Procuro cumprir o dever de todos nós: sermos testemunhas conscientes e críticas, mas nunca amargas, das vãs ilusões do mundo, reconhecendo-as primeiro que tudo em nós mesmos. (Paulo Borges)
Tudo o que não pode ser dito em poucas palavras é falso, dissimulado ou superficial. (Paulo Borges)
Cremos que os outros se perdem quando os julgamos longe ou a afastar-se das convicções que são a nossa âncora, prisão e perdição! (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 64)
Os olhos dos mortos cintilam na pupila dos vivos. (Paulo Borges, A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 45)
Não há verdadeira liberdade senão como libertação. (Paulo Borges)
Os monstros mostram quão monstruoso é mostrar-se. Os monstros mostram o que na ausência de monstruosidade se oculta. (Paulo Borges, A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 45
Só passo a mensagem que ninguém quer ouvir. A começar por mim. (Paulo Borges)
Deves ler, reflectir e meditar sobre tudo o que mais se oponha ao que julgas ser, fazer, pensar e amar. (Paulo Borges)
Cada via é a melhor para aquele que a segue. (…) Quanto mais se avança mais ela desaparece. (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 121)
A espiritualidade não carece de cultura. A cultura carece de espiritualidade. (Paulo Borges)
“Vocês aí dentro são muitos?”: palavras de um internado no Hospital Júlio de Matos dirigidas, através das grades, a um transeunte. (Paulo Borges)
Somos, cada vez mais, uma sociedade infantilizada, de costas voltadas para a sabedoria, ou a sua busca. (…) Em Portugal, ou no mundo, são sempre os mesmos que ganham: a indústria do entretenimento, ao serviço do sistema - mais rentável e mais eficaz do que a repressão violenta. - Paulo Borges
A sociedade é certamente uma produção em série de idiotas. (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 119)
O nosso drama é temermos o destemor. (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 83)
Rejeitas algo como “complicado” porque o é ou porque “complica” a tua busca de facilidades? (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 57)
O sol é encoberto num céu de tempestade como a natureza livre da mente no tumulto das emoções e dos pensamentos. (Paulo Borges)
Procuro cumprir o dever de todos nós: sermos testemunhas conscientes e críticas, mas nunca amargas, das vãs ilusões do mundo, reconhecendo-as primeiro que tudo em nós mesmos. (Paulo Borges)
Tudo o que não pode ser dito em poucas palavras é falso, dissimulado ou superficial. (Paulo Borges)
Cremos que os outros se perdem quando os julgamos longe ou a afastar-se das convicções que são a nossa âncora, prisão e perdição! (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 64)
Em relação aos acontecimentos do Charlie Hebdo, deixo aqui este pensamento de Paulo Borges, que penso ser a chave para resolver este problema dos nossos tempos:
"Para mim o humor tem limites, tem os limites do amor e da compaixão."
"Para mim o humor tem limites, tem os limites do amor e da compaixão."
A liberdade só é livre quando se exerce com sabedoria, amor e compaixão.
(…) Livre é quem faz o que quer, mas apenas quando a vontade é movida por sabedoria, amor e compaixão, ou seja, pela consciência fraterna e activa do que é melhor fazer para o bem de todos a cada instante, em função de cada situação e circunstâncias concretas. (Paulo Borges)
(…) Livre é quem faz o que quer, mas apenas quando a vontade é movida por sabedoria, amor e compaixão, ou seja, pela consciência fraterna e activa do que é melhor fazer para o bem de todos a cada instante, em função de cada situação e circunstâncias concretas. (Paulo Borges)
Os entediantes filósofos (…) não pensam o sentido profundo dessa aspiração de quase todos os seres humanos (…), que move o mundo: um grande beijo, um grande amor, a plenitude na união sexual, a grande embriaguez de nos devolvermos ao todo e ao infinito! (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 93)
Os olhos dos mortos cintilam na pupila dos vivos. (Paulo Borges, A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 45)
Não há verdadeira liberdade senão como libertação. (Paulo Borges)
Os monstros mostram quão monstruoso é mostrar-se. Os monstros mostram o que na ausência de monstruosidade se oculta. (Paulo Borges, A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 45
Só passo a mensagem que ninguém quer ouvir. A começar por mim. (Paulo Borges)
Deves ler, reflectir e meditar sobre tudo o que mais se oponha ao que julgas ser, fazer, pensar e amar. (Paulo Borges)
Cada via é a melhor para aquele que a segue. (…) Quanto mais se avança mais ela desaparece. (Paulo Borges - A Cada Instante Estamos a Tempo de Nunca Haver Nascido, pág. 121)
A espiritualidade não carece de cultura. A cultura carece de espiritualidade. (Paulo Borges)
O instinto gregário, a busca da segurança de pertencer a um grupo, ou, dito de forma mais prosaica, o espírito de rebanho, é muito forte na humanidade. Mesmo nesta época pós-moderna, em que todos se julgam donos e senhores das suas opiniões e ideias próprias, em que todos presumem “pensar por si”. O que não deixa de ser a confirmação desta tese, pois todos pensam o mesmo, contradizendo assim aquilo que pensam. E isto manifesta-se em tudo, sobretudo na necessidade visceral de pertencer a um grupo ou a uma tribo, com uma determinada identidade e um determinado totem, seja cultural, nacional, político ou religioso (pode ser também uma “causa”). E de o absolutizar, pois cada ego em busca de refúgio da sua (…) solidão tem dificuldade em admitir que não pertence à tribo verdadeira ou mais verdadeira (de cuja verdade as outras, quando muito, apenas se aproximam: a esta presunção chama-se “tolerância”). Isso deixá-lo-ia inseguro. É por isso que as tribos convivem e comunicam tão mal entre si, mesmo quando se sentam à mesma mesa do politicamente correcto. E é por isso que há tanto conflito e sangue no mundo: mental, emocional, verbal e físico.
(…) Ser um espírito livre, que se aventura pelas veredas inexploradas e sempre abertas, é uma tarefa de cada instante e um oásis no deserto destes tempos de novas massificações e obscurantismos em que vivemos. O preço é a solidão aparente, mas que na verdade abre para a comunhão real (…) com a natureza profunda dos seres e das coisas. (…) E isso só é possível tresmalhando-nos da mediocridade de todos os rebanhos, por mais simpáticos e divertidos que sejam. É para além de todos os rebanhos que se ganha o direito a ingressar na grande comunidade e comunhão da Vida, da Vida plena. (Paulo Borges)
(…) Ser um espírito livre, que se aventura pelas veredas inexploradas e sempre abertas, é uma tarefa de cada instante e um oásis no deserto destes tempos de novas massificações e obscurantismos em que vivemos. O preço é a solidão aparente, mas que na verdade abre para a comunhão real (…) com a natureza profunda dos seres e das coisas. (…) E isso só é possível tresmalhando-nos da mediocridade de todos os rebanhos, por mais simpáticos e divertidos que sejam. É para além de todos os rebanhos que se ganha o direito a ingressar na grande comunidade e comunhão da Vida, da Vida plena. (Paulo Borges)
O Grande Todo é infinitamente justo, harmonioso e perfeito. (...) Sem esta visão e sem a alegria que nela há todo o activismo em prol dos homens, dos animais e da Terra arrisca-se a não conduzir senão a revolta destrutiva, cansaço, amargura, frustração e desespero. - Paulo Borges
(…) A multidão dos lisboetas e dos descarregados dos dormitórios para a cidade, para o trabalho, (…) para o tempo gasto a dizer “Tudo bem” e a ser mentira, a forçar sorrisos para contrariar a vontade de romper em soluços, a fazer de conta por vergonha de mostrar que rebentam de sofrimento e frustração, a dizer sim com vontade e medo de dizer não, a fazer a barba e a apertar a gravata cheios de ganas de mandar o mundo e a si mesmos para a p. que os pariu. – Paulo Borges, in Línguas de Fogo, pág. 135
“Amar mais aqueles de quem nascemos, quem de nós nasce ou nos ama não é senão amar-se sobretudo a si.” (Paulo Borges)
A filosofia está a esgotar-se, pelo afastamento da vida e de outras possibilidades do espírito. A filosofia deixou em geral de ser um modo de vida integral, como nas escolas filosóficas gregas e indianas, para se tornar uma actividade meramente intelectual, com uma linguagem técnica hiper-especializada em questões estéreis, que nada dizem às fundamentais aspirações humanas. Essa filosofia traiu a própria vocação, enquanto amor da sabedoria, do saber/sabor da essência da vida. - Paulo Borges
(…) A multidão dos lisboetas e dos descarregados dos dormitórios para a cidade, para o trabalho, (…) para o tempo gasto a dizer “Tudo bem” e a ser mentira, a forçar sorrisos para contrariar a vontade de romper em soluços, a fazer de conta por vergonha de mostrar que rebentam de sofrimento e frustração, a dizer sim com vontade e medo de dizer não, a fazer a barba e a apertar a gravata cheios de ganas de mandar o mundo e a si mesmos para a p. que os pariu. – Paulo Borges, in Línguas de Fogo, pág. 135
“Amar mais aqueles de quem nascemos, quem de nós nasce ou nos ama não é senão amar-se sobretudo a si.” (Paulo Borges)
A filosofia está a esgotar-se, pelo afastamento da vida e de outras possibilidades do espírito. A filosofia deixou em geral de ser um modo de vida integral, como nas escolas filosóficas gregas e indianas, para se tornar uma actividade meramente intelectual, com uma linguagem técnica hiper-especializada em questões estéreis, que nada dizem às fundamentais aspirações humanas. Essa filosofia traiu a própria vocação, enquanto amor da sabedoria, do saber/sabor da essência da vida. - Paulo Borges













